"O presidente da Liga, Valentim Loureiro, e o seu filho, o presidente do Boavista João Loureiro, escolheram por diversas vezes os árbitros para os jogos do clube do Bessa na época 2003/04, revela hoje o Diário de Notícias. O DN, que cita novas escutas telefónicas recolhidas no âmbito do processo "Apito Dourado", adianta que as escutas demonstram que, quer o presidente da Liga de Clubes quer o líder do Boavista, faziam chegar aos árbitros escolhidos a mensagem de uma promoção na carreira a troco de uma "boa" arbitragem. Um dos jogos que consta das certidões extraídas pelo Ministério Público (MP) de Gondomar é o Boavista-Alverca, que acabou com a vitória dos axadrezados (2-1), que marcaram os golos nos sete minutos de compensação dados pelo árbitro Paulo Pereira, afirma o jornal. Segundo o diário, "Valentim Loureiro foi quem informou o árbitro da classificação do observador do jogo: oito pontos". "Já sabe que conta aqui comigo", disse o major ao juiz numa conversa interceptada pela Polícia Judiciária e citado hoje pelo DN. O jornal diz ainda que em relação ao Boavista-FC Porto (que foi arquivado p or falta de provas que sustentassem uma acusação de corrupção desportiva), Valentim questionou Júlio Mouco, da Comissão de Arbitragem da Liga, por que razão não tinha sido nomeado o auxiliar Devesa Neto. "Eu tinha acertado com o dr. João Loureiro que seria o Devesa", disse Valentim Loureiro. No encontro com a equipa do Moreirense, o major não terá gostado da prestação do auxiliar Carlos do Carmo, apesar de o Boavista ter vencido por 1-0. "Você sabe que ainda neste defeso você estava não sei o quê e eu, aquil o que posso, faço pelos amigos. Bem, da próxima você porta-se melhor, senão puxo-lhe as orelhas", disse Valentim Loureiro ao auxiliar, segundo o DN. De acordo com o procurador Carlos Teixeira, o modo de actuação de Valentim e João Loureiro passa, além da sugestão de nomes, pelo conhecimento antecipa do dos nomes dos árbitros escolhidos. "Tal permitia-lhes encetar os contactos com antecedência", diz o diário, dando como exemplo as escutas interceptadas antes do jogo Belenenses-Boavista, arbitrado por Bruno Paixão. Numa conversa entre João Loureiro e Ezequiel Feijão, ex-árbitro e obser vador da Liga, o presidente do Boavista pede que a equipa de arbitragem seja abo rdada e dá as instruções: "Ele (Bruno Paixão) chegou onde pediu (...), se quer umas viagenzinhas para o ano e tal... temos... temos... de atalhar caminho, pá! Tu pediste... foi-te concedido", revela o jornal. O DN diz que também antes do jogo Boavista-Beira-Mar, João Loureiro con tactou o observador Pinto Correia para este dar um "toque" ao árbitro Nuno Almedeia. De acordo com o jornal, a abordagem seria: "Que nós que temos grande consideração..., é malta que o pode fazer chegar onde ele quer... porque ele é ambicioso e tal". O diário diz ainda que também o Marítimo procurou obter favores dos árbitros. Numa escuta, António Henriques (ex-dirigente da Federação Portuguesa de Futebol - FPF) garantiu que no jogo com o Nacional, este clube iria ser "bem roubadinho". No final, o árbitro Martins dos Santos foi escutado a confessar que prejudicou o Nacional: "Queriam lá um penalty, mas eu puni o gajo com amarelo", indica o jornal. Segundo o diário, foi prometida a Martins dos Santos na subida no escalão da arbitragem do seu filho, André Santos. "Consegue dar-me essa graça que eu responsabilizo-me pela outra", disse Martins dos Santos a António Henriques, da FPF." in DN, 06/09/2006
" O Apito Dourado? Apita, apita, mas não apita nada! Ah,Ah" riu-se a Fátima Campos Ferreira
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